Começo a pensar,
Que se calhar,
Tinham razão.
As minhas amantes,
Bastante tolerantes,
Nisso de que o mau sou eu.
Será que vivi,
E nunca admiti,
Na ilusão.
De que lhes dei muito prazer,
Mesmo por vezes a saber,
Que poderia não ser verdade.
Começo a acreditar,
Que a razão de me deixar,
Não era só do meu feitio
Que sei que é ruim,
Mas nunca ditou o fim
De nenhuma aventura.
Será que vivi,
E até a mim menti,
Numa ilusão?
E que sem língua e mão,
O resto da armação,
Nunca as cativou?
Tenho a sensação
Que fui uma desilusão
Para quem comigo dormiu.
E sei que sempre assim serei,
Se calhar porque nunca me importei
Verdadeiramente das suas necessidades.
Será que errei,
E só agora me precatei,
E já vou tarde demais?
Porque por mim já passaram,
E até me abandonaram,
Mulheres que eu amei.
Será que no fim
Vou ficar assim
Sozinho a ver o luar?
Ou será que o luar
Também me vai abandonar
Por eu não o entender?
Já sei que sou mau,
Talvez mesmo banal,
Nisto do sexo e do amor.
Diz-me tu, mulher,
Será que eu sei ver
O que necessitas?
Diz-me se fui bom ou mau,
Espectacular ou banal,
Tu que comigo dormiste.
Diz-me, preciso de saber,
Para tentar perceber
O porquê da minha solidão.
Diz-me, para eu ver
Se ainda te posso ter
E amar-te de todo o coração.
Porque sei que sexo não é tudo
Mas sem sexo a vida é como um mudo
Que nem sempre se consegue explicar.
Sei que amor é mais importante,
Mas sem sexo torna-se distante,
E o que queremos é proximidade.
Porque todos somos animais
Com necessidades carnais
E o sexo é a melhor.
Digo eu que nada sei,
De virgem ainda não passei,
Mas é o que vejo em revistas e jornais.
Diz-me de verdade,
Sem pita de maldade,
Se tenho “valor”
No mais puro acto de Amor.