Procurei no espelho
A razão do meu ser
Procurei um conselho
Na figura que estava a ver
O que faço eu aqui
Qual o propósito desta viagem
Porque é que eu nasci
Porque me falta a coragem?
Não sou descobridor
Nem sei sequer navegar
Não sou conquistador
Eu nem sei sequer lutar
Sou tímido, sim senhor,
Envergonhado por natureza
Tenho um íman em meu redor
Que só atrai a avareza
Porque caminho eu na Terra
Qual é a minha missão
Que segredos a vida ainda encerra
Qual será a minha lição
Será que vivo como devo
Como Deus nos ensinou
É que no fundo eu temo
Temo não saber para que lugar eu vou
Não sei quem sou eu
Não sei se me conheço
Por debaixo deste véu
Não sei se me reconheço
Sou o que dizem que sou
Ou serei algo diferente
Este dúvida sempre me atormentou
E não me permitiu olhar em frente
Sou gentil e inteligente
Ou serei má pessoa
Serei um ser deprimente
Que os outros sempre magoa?
O que sou eu?
Quem sou eu?
Será que há eu?
Será que eu sou mesmo eu?
Maezinha do meu coração,
Que a mim pariste,
Ainda sinto a tua mão,
Quando o nariz me partiste.
Eu não tenho culpa,
Eu nada fiz de mal,
Só uma vez na vida
Te peguei fogo ao avental.
Eu não tinha reparado,
Que tinhas o avental vestido,
Senão era de bom grado
Que pra longe tinha fugido.
Eu percebo o teu sentir,
Eu sei que muito me amas.
Ainda me lembro a sorrir
Quando dizias "anda cá que vais ver que mamas".
E é que não me mentias
Sempre que me apanhavas.
Com uma chapadas abrias,
E com um pontapé a sessão de carinho acabavas.
Sempre achei
Que tinhas amor por mim,
Nunca te demonstrei
Que não gostava era dele assim.
As caricias a alta velocidade
Nodoas negras deixavam.
Durante a minha mocidade,
Até de preto me Chamavam.
Não era preto do sol,
Nem da minha cor natural.
Era preto sem caracol,
Escurecido no chapadal.
Era chapada aqui
Era chapada acola.
Não percebi porque tanto comi
Ás vezes eras um pouco má.
Dentes já nao tenho,
Foste tu que mos tiraste.
Com um pontapé com engenho,
Do dentista me safas-te.
Minha mãe que tanto amo,
Acabas-te de quinar.
Vou-te ler já um salmo,
Para não te ver voltar.
Puta da velha nunca mais ia,
Já tava farto de levar no corpo.
Nem veneno nem merda nenhuma que bebia,
Acabava com o seu trono.
Agora que ela se foi
Já posso viver a vontade.
Vou cobrir que nem um boi
Vou ter a minha mocidade.
Porra ja tenho 50 anos,
Sem dentes e enrugado estou
Já ninguém quer que lhe limpe os canos
A que tristeza a minha mãe me votou.
Tal como quando era catraio
Agora ao bicho vou ter que bater.
Mas que porra de um raio
Nao tenho ninguem para f.....
. EU
. Poema sobre a minha maezi...