Não me importa de onde vens
Se moras perto ou longe de mim
Não me importa a cor da tua pele
Não te vejo diferente de mim
Não sei, nem quero saber
Se a tua religião é a minha
Se sempre comeste caviar
Ou se te criaram a água e farinha
Quero sentir o teu abraço
Quero sentir o teu amor
Quero enrolar-te num abraço
Quero que esqueçamos a dor
De que nos adianta lutar
De que adianta andar em guerra
No final habitamos o mesmo lugar
Todos nós somos donos da Terra
De que nos serve negar
O abraço a alguém
Todos nós temos amor para dar
E num abraço, até esse amor vem
Vamos abraçar alguém
Vamos abraçar com amor
Quero sentir o teu abraço
Quero sentir um abraço em meu redor.
Maezinha do meu coração,
Que a mim pariste,
Ainda sinto a tua mão,
Quando o nariz me partiste.
Eu não tenho culpa,
Eu nada fiz de mal,
Só uma vez na vida
Te peguei fogo ao avental.
Eu não tinha reparado,
Que tinhas o avental vestido,
Senão era de bom grado
Que pra longe tinha fugido.
Eu percebo o teu sentir,
Eu sei que muito me amas.
Ainda me lembro a sorrir
Quando dizias "anda cá que vais ver que mamas".
E é que não me mentias
Sempre que me apanhavas.
Com uma chapadas abrias,
E com um pontapé a sessão de carinho acabavas.
Sempre achei
Que tinhas amor por mim,
Nunca te demonstrei
Que não gostava era dele assim.
As caricias a alta velocidade
Nodoas negras deixavam.
Durante a minha mocidade,
Até de preto me Chamavam.
Não era preto do sol,
Nem da minha cor natural.
Era preto sem caracol,
Escurecido no chapadal.
Era chapada aqui
Era chapada acola.
Não percebi porque tanto comi
Ás vezes eras um pouco má.
Dentes já nao tenho,
Foste tu que mos tiraste.
Com um pontapé com engenho,
Do dentista me safas-te.
Minha mãe que tanto amo,
Acabas-te de quinar.
Vou-te ler já um salmo,
Para não te ver voltar.
Puta da velha nunca mais ia,
Já tava farto de levar no corpo.
Nem veneno nem merda nenhuma que bebia,
Acabava com o seu trono.
Agora que ela se foi
Já posso viver a vontade.
Vou cobrir que nem um boi
Vou ter a minha mocidade.
Porra ja tenho 50 anos,
Sem dentes e enrugado estou
Já ninguém quer que lhe limpe os canos
A que tristeza a minha mãe me votou.
Tal como quando era catraio
Agora ao bicho vou ter que bater.
Mas que porra de um raio
Nao tenho ninguem para f.....
. PORTUGAL
. Abraço
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