Link para o meu novo cantinho.... Espero lá por voces.
Obrigado por lerem os devaneios que escrevo.
Dói-me a alma
De ver tudo terminar assim
Não consigo ter calma
Quando vejo que tu ditas-te o fim
O vazio no teu interior
O vazio a que me votas-te
Em mim causas-te muita dor
Essa dor que também tu já me sacias-te
De saber que já te tive
De saber que já te possui
De saber que em mim não te mantive
Mas acredita que não fui eu que fugi
O prazer que me deste
Quando na minha língua te senti
Quando forte te agarrei
É um momento que não esquecerei
O toque dos meus lábios em ti
O sentir do teu corpo
Os locais onde te possui
Esses locais de onde eu sai “torto”.
Porque teimas-te em terminar
Porque não nos amamos eternamente
Porque tinhas que acabar
Porque tinhas que acabar tão de repente
Custou-me, para aí um euro
Ter-te por breve instante
Tu que me transformas
Tu cerveja, meu amor distante
Agora foges de mim
Teimas em abandonar o meu corpo
Depois de me percorreres assim
Desde a boca, até quase ao escroto
Sais para não mais voltar
Desapareces nesse urinol
Misturada com a naftalina
Ou com pastilhas de mentol
Mas vai toda de uma vez
Leva até a ultima gota
Não me marques também as cuecas
Não te derrames na minha bota
Vai, amor infame
Vou-me entregar a outra bebida
Pois tu já não me excitas
Pois eu vou mudar de vida….
Voltei a ter medo
Voltei a ter frio
Voltei a levantar-me cedo
Voltei a dormir na margem do rio
A ânsia de me libertar
Das dores que tenho na alma
Fazem-me voltar a tombar
Fazem-me perder a calma
O desejo de me limpar
Das manchas que carrego comigo
Fazem-me fraquejar
E voltar a ser mendigo
A vergonha que sinto
Quando na rua vou a passar
Olha que não minto
Quando digo que me desejo matar
Os dedos que me apontam
Os nomes que me chamam
Com a realidade me confrontam
Mas lentamente me matam
Tenho problemas reais
Tenho vergonha de os ter
Não são problemas banais
São problemas em viver
Como o carro usa gasolina
Eu uso vinho carrascão
Há quem use adrenalina
Mas já não me acelera o coração
Já não penso
Já não durmo
Eu dispenso
Quase tudo o que consumo
Mas o vinho que bebo
Para fugir deste lugar
É o meu mais real enredo
Para me conseguir matar
Porque sei que lentamente
Eu irei morrendo
Desta forma deprimente
Vou do mundo correndo
Hoje tornei a acordar
Debaixo da ponte
E mais uma vez me tentei lavar
Na água gélida da fonte
Já não sei o que é comer
Ou o que é viver
Porque só sei beber
E sinto que estou a morrer
Este desejo em mim
De consumir sem parar
Vai ditar o meu fim
Mas agora já não há volta a dar
Espero que ninguém
Sofra o que eu sofri
Sentir o dedo de alguém
Dizendo “olha aquele ali”