Hoje alguém me perguntou
Com ar de criança
Se algum dia Deus eu ouvi
Se algum dia tive essa bem-aventurança
Foi então que pensei
Se realmente Deus existia
Se algum dia o ouvirei
Ou se algum dia o ouvira
Certamente que a voz de Deus
Será um misto de paixão
De amor, de amizade,
De bondade e de perdão
Respondi então ao gaiato
Que ouvira a voz de Deus repartida
Por três homens fabulosos
Mas que essa voz já partira
A voz de Deus, certamente será
Um misto de Elvis, Mercury e Sinatra
Três monstros que por cá passaram
Três monstros com vos de prata
A junção dos vozeirões
Certamente é a voz de Deus
Ainda agitam os corações
Infelizmente já nos disseram adeus
Sinatra, ou The Voice
Por cá, muitos anos, andou
Por cá envelheceu
Por muito tempo nos encantou
Elvis, “O Rei do Rock”
Com 42 anos nos deixou
Não sei se teve pressa
Ou se foi a vida que o degradou
Como era imponente me palco
Nos anos áureos da sua carreira
Como se foi degradando
Como se deixou ficar daquela maneira
Mesmo no final
Quando já só os comprimidos o movia
A sua voz era fenomenal
Mas o resto já não a seguia
Freddie Mercury, “O Rei dos Queen”
Deu espectáculos galácticos
Os Queen projectou
Com os seus companheiros e seguidores fanáticos
Também ele viveu, ou tentou viver
Rápido demais
Cedo desapareceu
Cedo a sua voz se gravou nos anais
Usou drogas
Usou e abusou de tudo
E cedo desapareceu
Deixando Deus na Terra quase mudo
Tenho quase a certeza
Que a voz de Deus é assim
A mistura destas três vozes
Vozes que na Terra já tiveram o seu fim
Sinatra não, certamente
Mas os outros tiveram pressa de viver
Quiseram viver tudo num instante
Quiseram até cedo a morte viver
Até nisto o mundo é injusto
Como é possível deixar partir uma voz assim
Estas vozes deviam ser imortais
Estas vozes não deviam ter fim
Até nisto Deus é invejoso
E nos leva estes vozeirões
Para que cantem só para ele
Para que nós os guardemos nos corações
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