Habita em mim
O mal e o pecado
Que me faz assim
Um ser amargurado
A vida não me adoça
A maneira de viver
A vida na roça
É a vida que vou ter
Nas veias transporto
O liquido vermelho
Que por vezes entorno
Quando me falta o engenho
O coração bate
As pancadas do tempo
Por vezes a rebate
Por vezes a “destempo”
Lutei para crescer
Para poder “voar”
Agora criança gostava de ser
E para casa voltar
O mundo dos adultos
Que queria conquistar
É um mundo de insultos
Que teima em me desanimar
A sociedade
Que somos todos nós
É cheia de vaidade
Já não é como a dos nossos avós
Hoje eu luto para comer
Para poder sobreviver
Porque se amanha morrer
Sei que nada eu vou ter
Mas eu luto
E luto com afinco
Mas com um chuto
Para a rua vou, e não brinco.
Ajudo toda a gente
Tento todos fazer feliz
Por demente me têm
Não por ser infeliz
Porque riu e faço rir
Porque brinco e faço brincar
A infelicidade não deixo sobressair
Mas cá dentro sinto-a a aleijar
Mas não me adianta gritar
Porque no deserto parece que estou
Não sei como me orientar
Não sei para onde vou
Sei que não vou chegar e nenhum lugar
Sei que nada vou ter
Sei que nada irei conquistar
Se calhar, nada irei ser.
. ADEUS
. PORTUGAL
. SOZINHO
. Beijo