Quinta-feira, 4 de Dezembro de 2008
Link para o meu novo cantinho.... Espero lá por voces.
Obrigado por lerem os devaneios que escrevo.
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Terça-feira, 1 de Julho de 2008
Hoje dobro o meu quimono
Hoje sinto-me injustiçado
Hoje sinto que por muito que faça
Ninguém olha para o que tenho passado
Penso em desistir
Penso em deixar de lutar
Penso que é tempo de partir
Penso que é tempo de acabar
De que serviram os treinos
Os sacrifícios e lesões
De que serviu o meu empenho
De que serviram as técnicas e combinações
Ninguém vai apostar em mim
Nunca o fizeram até agora
O meu tempo está a chegar ao fim
O final já não demora
As coisas que deixei para trás
Os amores aos quais não me entreguei
De que servem neste momento
Ninguém olha pelo que lutei
Dobro o meu quimono
Talvez para não o desdobrar
Talvez ele vá mudar de dono
Para alguém em que queiram apostar
Faço uma última saudação
Deixo o dojo devagar
O que levo no coração
Não me quer deixar parar
Não sacrifico mais a saúde
Não sacrifico mais o meu viver
Pois sacrifiquei até agora
E de nada me está a valer
Abandono o meu sonho
Peço desculpa ao meu irmão
Nunca atingi o que ele esperou
Ser eu um atleta de selecção
Agora vou ser egoísta
Colocar a saúde me primeiro lugar
Vou ter o dinheiro em vista
E neste desporto pouco mais vou empatar
Vou dar o meu melhor
Até ao final desta temporada
Mas se calhar sem muito arriscar
E também sem esperar nada
Peço desculpa a quem esperou mais de mim
Desculpem por os ter desiludido
Mas também eu me desiludi
E agora estou perdido
Não me querem ajudar
Não me querem convocar
Não me querem seleccionar
Paciência, a minha vida vai continuar
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Quinta-feira, 15 de Maio de 2008
Dói-me a alma
De ver tudo terminar assim
Não consigo ter calma
Quando vejo que tu ditas-te o fim
O vazio no teu interior
O vazio a que me votas-te
Em mim causas-te muita dor
Essa dor que também tu já me sacias-te
De saber que já te tive
De saber que já te possui
De saber que em mim não te mantive
Mas acredita que não fui eu que fugi
O prazer que me deste
Quando na minha língua te senti
Quando forte te agarrei
É um momento que não esquecerei
O toque dos meus lábios em ti
O sentir do teu corpo
Os locais onde te possui
Esses locais de onde eu sai “torto”.
Porque teimas-te em terminar
Porque não nos amamos eternamente
Porque tinhas que acabar
Porque tinhas que acabar tão de repente
Custou-me, para aí um euro
Ter-te por breve instante
Tu que me transformas
Tu cerveja, meu amor distante
Agora foges de mim
Teimas em abandonar o meu corpo
Depois de me percorreres assim
Desde a boca, até quase ao escroto
Sais para não mais voltar
Desapareces nesse urinol
Misturada com a naftalina
Ou com pastilhas de mentol
Mas vai toda de uma vez
Leva até a ultima gota
Não me marques também as cuecas
Não te derrames na minha bota
Vai, amor infame
Vou-me entregar a outra bebida
Pois tu já não me excitas
Pois eu vou mudar de vida….
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Quinta-feira, 24 de Abril de 2008
Por muitas mulheres sofri
Por elas eu corri
A todas desejei
A todas me entreguei
Foram donas, foram senhoras
Deste corpo que possui
Foram todas criadoras
Dos sentimentos que neste copo diluiu
Com os seus corpos brinquei
Nas suas curvas me perdi
Não foi a todas que amei
Mas a todas não resisti
Tive mulheres altas e baixas
Loiras, ruivas e morenas
Tive pretas, brancas, asiáticas
Tive até mulheres romenas
A nenhuma, eu, paguei
Só brincaram com o meu corpo
Por algumas me apaixonei
E nessa altura é que tudo deu para o torto
O que adiantou eu as amar
O que adiantou termos prazer
O meu coração tiveram o dom de despedaçar
Quando uma só eu desejei ter
Essas curvas encantadoras
Onde várias noites me perdi
São curvas de Senhoras
Por elas algo eu senti
Hoje, sozinho e amargurado
Vivo afogado neste copo
Sou um ser amargurado
Já não sou aquele ser maroto
As curvas que hoje procuro
São as curvas da viola
Não as curvas das mulheres
Já não me rejo por essa bitola
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Quinta-feira, 10 de Abril de 2008
As palavras que proferiste
Foram duras e aguçadas
Foi com elas que me feriste
Logo após serem arremessadas
As palavras não voltam mais
Depois de as dizeres
Ficam marcadas nos anais
Descrevem ódios e prazeres
As que ontem proferiste
Denotavam mágoa e amargura
Tu estavas de espada em riste
Tu eras uma guerreira dura
Não tinhas razão
Para me magoares daquela maneira
De ferires o meu coração
De o deixares com farpas de madeira
Eu sei que tu erraste
E tu hoje sabes também
Aquilo foi um desastre
Foi algo que não te ficou bem
O teu orgulho não permite
Que me voltes a falar
Nem movido com dinamite
Esse orgulho eu iria derrubar
Tenho pena que assim seja
Que te deixes influenciar
Por alguém que te inveja
E que finge te querer ajudar
Sabes onde estou
A lamber as feridas
De lá sair não vou
Não desperdices mais oportunidades das nossas vidas….
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Terça-feira, 1 de Abril de 2008
Longe vão os tempos
Em que jogava na calçada
Em que o campo de futebol
Era no meio da estrada
Os tempos em que escrevia
Bilhetes ás raparigas
Em que sentia força para tudo
Para esmagar gigantes e formigas
Os tempos da inocência
Longe eles vão
Esses tempos de irreverência
Esses tempos de paixão
Os tempos de amores eternos
Que duravam uma hora
E dos quais nos recompúnhamos
Numa recuperação sem demora
Os tempos em que amigos
Eram todos os que conhecíamos
E por eles nós lutávamos
E por eles nós vencíamos
Longe vão os tempos
Em que a maior preocupação
Era marcar um golo
Ou ver desenhos animados de acção
Os tempos em que inimigos
Eram uns seres monstruosos
Mas que se tornavam amigos
E passavam a ser amorosos
Tempos em que todos querem
Ser bombeiros ou herói
Onde a ferida no coração
Não sangrava, nem era um dói-dói
Esse tempo de inocência
Que teimamos em deixar
Era o tempo que eu gostava
E gostava de para ele voltar
Dinheiro nada valia
Bastava um papel com um cifrão
Para sermos os mais ricos
Da vila, da cidade ou da nação
Mas porque temos que crescer
E deixar a inocência
E o fazemos a correr
Sem uma única advertência
Ninguém nos advertiu
Quando queríamos crescer
Que o tempo infantil
Era o melhor que iríamos ter.
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Quinta-feira, 14 de Fevereiro de 2008
Hoje é um dia especial
Dia dos namorados
Eu tento torna-lo banal
Mas para mim é o dia dos falhados
Hoje devia ter
Alguém para mimar
Alguém para poder
Dizer que loucamente a estou a amar
Mas hoje, como sempre
Solitário e amargurado estou
Ninguém quer um ser tão deprimente
Um ser que a solidão criou
Vou ficar aqui fechado
No meu mundo encantado
Neste quarto alugado
Neste canto resguardado
Vou ouvir e imaginar
Como se estão a divertir
Os casais de encantar
Que somente sabem sorrir
Agora que o dia chegou
A solidão me atormenta mais
Eu não sei para onde vou
Os meus dias parecem funerais
Não tenho a alegria
De a meu lado ter uma mulher
Uma dama, uma rapariga
Que eu sonho um dia vir a ter
Para mim é o dia dos falhados
Tristes, abandonados
Sós, desajeitados
Feios, amargurados
Eu sou o maior de todos eles
Sou feio e reles
Sou um ser animal
Se calhar um ser banal
Mas o dia hoje vai terminar
E eu sozinho vou estar
Assim vou continuar
Á espera de alguém para amar…
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