És como és
Tens o teu Q de especial
Tens os teus encantos
Não te julgues uma pessoa banal
Pensa no que podes fazer
No que podes criar
No que consegues oferecer
Em tudo o que tu desejas amar
Não tenhas medo de viver
Porque tens medo de arriscar
O risco foi feito para se correr
Só assim é que se consegue amar
Do que serve o amor sem risco
Sem medo de se falhar
Do que serve amar sem ter medo
Sem medo contra o que lutar
Tenta viver o teu dia
Como se fosse o ultimo neste lugar
Pois não sabes como passas a noite
Nem sequer se amanhã vais acordar
Não tenhas medo de viver
Corre o risco que tens que correr
Pois no final tu vais ver
Que só assim sabe bem vencer.
Por muitas mulheres sofri
Por elas eu corri
A todas desejei
A todas me entreguei
Foram donas, foram senhoras
Deste corpo que possui
Foram todas criadoras
Dos sentimentos que neste copo diluiu
Com os seus corpos brinquei
Nas suas curvas me perdi
Não foi a todas que amei
Mas a todas não resisti
Tive mulheres altas e baixas
Loiras, ruivas e morenas
Tive pretas, brancas, asiáticas
Tive até mulheres romenas
A nenhuma, eu, paguei
Só brincaram com o meu corpo
Por algumas me apaixonei
E nessa altura é que tudo deu para o torto
O que adiantou eu as amar
O que adiantou termos prazer
O meu coração tiveram o dom de despedaçar
Quando uma só eu desejei ter
Essas curvas encantadoras
Onde várias noites me perdi
São curvas de Senhoras
Por elas algo eu senti
Hoje, sozinho e amargurado
Vivo afogado neste copo
Sou um ser amargurado
Já não sou aquele ser maroto
As curvas que hoje procuro
São as curvas da viola
Não as curvas das mulheres
Já não me rejo por essa bitola
As palavras que proferiste
Foram duras e aguçadas
Foi com elas que me feriste
Logo após serem arremessadas
As palavras não voltam mais
Depois de as dizeres
Ficam marcadas nos anais
Descrevem ódios e prazeres
As que ontem proferiste
Denotavam mágoa e amargura
Tu estavas de espada em riste
Tu eras uma guerreira dura
Não tinhas razão
Para me magoares daquela maneira
De ferires o meu coração
De o deixares com farpas de madeira
Eu sei que tu erraste
E tu hoje sabes também
Aquilo foi um desastre
Foi algo que não te ficou bem
O teu orgulho não permite
Que me voltes a falar
Nem movido com dinamite
Esse orgulho eu iria derrubar
Tenho pena que assim seja
Que te deixes influenciar
Por alguém que te inveja
E que finge te querer ajudar
Sabes onde estou
A lamber as feridas
De lá sair não vou
Não desperdices mais oportunidades das nossas vidas….
Longe vão os tempos
Em que jogava na calçada
Em que o campo de futebol
Era no meio da estrada
Os tempos em que escrevia
Bilhetes ás raparigas
Em que sentia força para tudo
Para esmagar gigantes e formigas
Os tempos da inocência
Longe eles vão
Esses tempos de irreverência
Esses tempos de paixão
Os tempos de amores eternos
Que duravam uma hora
E dos quais nos recompúnhamos
Numa recuperação sem demora
Os tempos em que amigos
Eram todos os que conhecíamos
E por eles nós lutávamos
E por eles nós vencíamos
Longe vão os tempos
Em que a maior preocupação
Era marcar um golo
Ou ver desenhos animados de acção
Os tempos em que inimigos
Eram uns seres monstruosos
Mas que se tornavam amigos
E passavam a ser amorosos
Tempos em que todos querem
Ser bombeiros ou herói
Onde a ferida no coração
Não sangrava, nem era um dói-dói
Esse tempo de inocência
Que teimamos em deixar
Era o tempo que eu gostava
E gostava de para ele voltar
Dinheiro nada valia
Bastava um papel com um cifrão
Para sermos os mais ricos
Da vila, da cidade ou da nação
Mas porque temos que crescer
E deixar a inocência
E o fazemos a correr
Sem uma única advertência
Ninguém nos advertiu
Quando queríamos crescer
Que o tempo infantil
Era o melhor que iríamos ter.
Procurei no espelho
A razão do meu ser
Procurei um conselho
Na figura que estava a ver
O que faço eu aqui
Qual o propósito desta viagem
Porque é que eu nasci
Porque me falta a coragem?
Não sou descobridor
Nem sei sequer navegar
Não sou conquistador
Eu nem sei sequer lutar
Sou tímido, sim senhor,
Envergonhado por natureza
Tenho um íman em meu redor
Que só atrai a avareza
Porque caminho eu na Terra
Qual é a minha missão
Que segredos a vida ainda encerra
Qual será a minha lição
Será que vivo como devo
Como Deus nos ensinou
É que no fundo eu temo
Temo não saber para que lugar eu vou
Não sei quem sou eu
Não sei se me conheço
Por debaixo deste véu
Não sei se me reconheço
Sou o que dizem que sou
Ou serei algo diferente
Este dúvida sempre me atormentou
E não me permitiu olhar em frente
Sou gentil e inteligente
Ou serei má pessoa
Serei um ser deprimente
Que os outros sempre magoa?
O que sou eu?
Quem sou eu?
Será que há eu?
Será que eu sou mesmo eu?
Perdida, sozinha
Neste mundo sem regra
Onde o SOL já não brilha
Onde até o SOL me nega
Sei que ele brilha
No dia de alguém
E que feliz me sentia
Se brilhasse no meu também
Porque teimas em te esconder
E o brilho do meu olhar levar
Porque me negas o teu ser
Porque te deixas tapar
Porque me abandonas
E destróis a alegria na minha alma
Porque é que quando voltas
Unicamente me pedes para ter calma
Porque me deixas deprimida
Quando me mostras a solidão
Porque me deixas dorida
E não mostras compaixão
Porque teimas em não brilhar
E te deixas esconder
Pelas nuvens, que a pairar,
Me impedem de te ver
Ninguém se iguala a ti
Ninguém me dá tanto calor
Já faz muito tempo que te vi
Porque te escondes, SOL, meu amor…
Hoje senti-me mal
Hoje senti-me sujo
O que sou eu afinal
De que realidade eu fujo
Ninguém me conhece
Nem sabem quem sou
Toda a gente me esquece
E ninguém sabe onde estou
Desculpem, é mentira
Todos sabem onde me encontrar
Era uma tirania
Se o inverso eu fosse pensar
Toda a gente me procura
Nas alturas de solidão
Quando a dor é nua e crua
Quando precisam de uma opinião
No meu ombro já derramaram
Lágrimas de amor
Ás minhas vestes já limparam
Corações feridos de dor
Fui confidente de lamúrias
De desentendimentos e abandonos
De pecados e injurias
Eu fui a força de muitos cornos
Mas gostava de ser procurado
Um único dia qualquer
Para me ser perguntado
Se eu estava bem, ou qual o meu querer
Mas hoje sinto-me pior
Porque me ofereci
Para ser o condutor
E um não eu recebi
Ofereci-me para transportar
Alguém a algum lugar
Mas teve o dom de me descartar
E a ajuda de outro aceitar
Eu que pensei que era querido
Por quem me descartou
E agora estou ferido
E o sangue de brotar ainda não parou
Sou só reconhecido
Quando precisam de ajuda
Sou só um ser vivo
Quando me pedem ajuda
Porque eu vivo na sombra
Vivo na escuridão
Sou um ser, uma cobra
Que vive na solidão
Procurado unicamente
Para a pele me tirar
E o final, sempre deprimente
Nunca contem a palavra amar
Opiniões, consolo
Até mesmo sexo
Eu só posso ser um tolo
Para viver esta vida sem nexo
Não sou bom ouvinte
Nem sequer bom amante
Não sou de dar opiniões
Sou um simples ser errante
Porque é que só me procuram
Quando precisam de ajuda?
Sou tão mau assim?
Isto me deixa “una duda”
Sou um ser descartável
Usado e deitado fora
Sou um ser miserável
Que só sirvo para o prazer na hora
Sou um ser descartável
Que ninguém quer amar
Pois todos me acham fiável
Mas somente para me usar.
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. SOL