Porque tudo parece errado
Porque tudo parece não bater certo
Porque tudo me parece empurrar para o deserto
Porque tudo me mete medo?
Houve uma altura em que lutei por ti
Onde me esforcei para te ter
Contra tudo e todos combati
E tu nunca me quiseste corresponder
Como podes agora voltar
Dizer que comigo queres ficar
Como podes sequer ousar me amar
Quando eu já estava a definhar?
Quero desaparecer
Ir para longe deste lugar
Não ter ninguém para ver
Não ter ninguém para falar
Quero desaparecer daqui
Procurar outro lugar
Talvez lá nunca sinta o que cá senti
Talvez lá possa recomeçar
Hoje que me curei das feridas que me fizeste
Hoje que já não luto com fantasmas
Hoje que consigo ser a amiga que pediste
É hoje que dizes que me amas?
Porque não te decidiste antes
Porque não me quiseste a teu lado
Porque é que não passamos de amantes
Porque não me fizeste sentir um ser amado?
Deixa-me agora desaparecer
Quero outro lugar
Não te consigo perceber
É isso que me está a magoar.
Como posso agora eu viver
Neste misto de emoções
Uma parte querendo-te ter
Outra, dando-me grandes sermões.
Como posso saber a verdade
Se realmente me queres e me amas
Ou se não é somente vaidade
E isto não é mais uma das tuas tramas.
Peço-te um favor
Vamos ser só amigos
Não vamos fazer amor
Não vamos sequer trocar mimos
Vamos deixar a poeira assentar
Depois podemos ver como estamos
Podemos até recomeçar
Mas desta vez a saber que nos amamos
Mas agora deixa-me ir
Deixa-me desaparecer
Pois ainda recordo o teu sorrir
E é essa a recordação que de ti quero ter
Também tenho alguém a entrar
Na minha vida, no meu coração
Alguém me está a tentar sarar
Estas feridas que ainda cá estão
Não te minto, nem te vou enganar
Não é ele a minha paixão
Mas está a fazer tudo para poder ocupar
Um espaço principal no meu coração
Mas não é por ele que te digo não
Eu quero mesmo estar sozinha
Quero curar o meu pobre coração
Quero faze-lo por mim, sozinha
Por isso quero desaparecer
Fugir, talvez para depois voltar
Talvez já em condições de te ter
Talvez para te reconquistar
Não e um adeus, é um até breve
E prometo não ter ninguém
Quando voltar pagas o café que me deves
E vemos se tudo pode ficar bem
Se por acaso arranjares um princesa
Só quero que sejas feliz
Que a trates com delicadeza
Que a trates como sendo o maior tesouro do país.
Mas agora deixa-me desaparecer
Preciso de me encontrar
Deixa o tempo correr
Deixa as feridas sarar
Deixa-me, não me amarres
Liberta-me da tua rede
Vou estar perdida nos rios e mares
Lembra-te de mim a cada copo que te mate a sede.
Dói-me a alma
De ver tudo terminar assim
Não consigo ter calma
Quando vejo que tu ditas-te o fim
O vazio no teu interior
O vazio a que me votas-te
Em mim causas-te muita dor
Essa dor que também tu já me sacias-te
De saber que já te tive
De saber que já te possui
De saber que em mim não te mantive
Mas acredita que não fui eu que fugi
O prazer que me deste
Quando na minha língua te senti
Quando forte te agarrei
É um momento que não esquecerei
O toque dos meus lábios em ti
O sentir do teu corpo
Os locais onde te possui
Esses locais de onde eu sai “torto”.
Porque teimas-te em terminar
Porque não nos amamos eternamente
Porque tinhas que acabar
Porque tinhas que acabar tão de repente
Custou-me, para aí um euro
Ter-te por breve instante
Tu que me transformas
Tu cerveja, meu amor distante
Agora foges de mim
Teimas em abandonar o meu corpo
Depois de me percorreres assim
Desde a boca, até quase ao escroto
Sais para não mais voltar
Desapareces nesse urinol
Misturada com a naftalina
Ou com pastilhas de mentol
Mas vai toda de uma vez
Leva até a ultima gota
Não me marques também as cuecas
Não te derrames na minha bota
Vai, amor infame
Vou-me entregar a outra bebida
Pois tu já não me excitas
Pois eu vou mudar de vida….
És como és
Tens o teu Q de especial
Tens os teus encantos
Não te julgues uma pessoa banal
Pensa no que podes fazer
No que podes criar
No que consegues oferecer
Em tudo o que tu desejas amar
Não tenhas medo de viver
Porque tens medo de arriscar
O risco foi feito para se correr
Só assim é que se consegue amar
Do que serve o amor sem risco
Sem medo de se falhar
Do que serve amar sem ter medo
Sem medo contra o que lutar
Tenta viver o teu dia
Como se fosse o ultimo neste lugar
Pois não sabes como passas a noite
Nem sequer se amanhã vais acordar
Não tenhas medo de viver
Corre o risco que tens que correr
Pois no final tu vais ver
Que só assim sabe bem vencer.
Por muitas mulheres sofri
Por elas eu corri
A todas desejei
A todas me entreguei
Foram donas, foram senhoras
Deste corpo que possui
Foram todas criadoras
Dos sentimentos que neste copo diluiu
Com os seus corpos brinquei
Nas suas curvas me perdi
Não foi a todas que amei
Mas a todas não resisti
Tive mulheres altas e baixas
Loiras, ruivas e morenas
Tive pretas, brancas, asiáticas
Tive até mulheres romenas
A nenhuma, eu, paguei
Só brincaram com o meu corpo
Por algumas me apaixonei
E nessa altura é que tudo deu para o torto
O que adiantou eu as amar
O que adiantou termos prazer
O meu coração tiveram o dom de despedaçar
Quando uma só eu desejei ter
Essas curvas encantadoras
Onde várias noites me perdi
São curvas de Senhoras
Por elas algo eu senti
Hoje, sozinho e amargurado
Vivo afogado neste copo
Sou um ser amargurado
Já não sou aquele ser maroto
As curvas que hoje procuro
São as curvas da viola
Não as curvas das mulheres
Já não me rejo por essa bitola
Contratei uma prostituta
Para me prestar os seus serviços
Mas ela muito astuta
Embriegou-me com os seus vicios
Agora não sei o que faço
Para os vicios deixar
Era rijo como o aço
Até ela ao meu coração chegar.
Já não sei se como,
se durmo ou se descanso
Só sei que do seu vicio
Eu nunca mais me canso.
Ela disse-me uma coisa
Quando comigo foi ter
Não tinha lógica na altura
MAs agora começa a ter.
Todos nós só precisamos
De um pequeno empurrão
Depois já nós propios amamos
Mesmo do fundo do coração
E esse empurrão só é preciso
Para dizer-mos a primeira vez.
Depois até com um riso
O repetirmos de quando em vez.
E é nisso que banalizamos
Algo de tão importante
É nisso que desprezamos
O verdadeiro conceito de amante.
Porque amante não é o que trai
Não é o que ajuda a trair
É aquele que não sai
Da nossa beira até nos ver sorrir.
Porque só quem bem nos faz
Que nos faz mesmo feliz
É o nosso amante audaz
Seja ele velho ou petiz.
Porque amante e sexo
Podem nada ter a ver
Pensamos que separados não tem nexo
Mas basta os velhinhos ver.
Amante é um Amigo,
A familia ou mesmo um animal
Que está sempre comigo
Que só me quer ver bem e nunca mal.
Mas só isto não basta
Porque então nunca mais iam acabar
Amigo é aquele que nos arrasta
Para longe da tristeza sem cessar.
Amigos eu cá vos digo
Que com uma prostutita muito aprendi
Deixei de olhar só o meu umbigo
E da solidão desisti.
Percebi o que é amor
Sexo e amizade.
Percebi que o rancor
É pior que a vaidade.
Porque vaidade todos temos
E até pode ser boa.
Rancor todos dizemos
Que só vemos na outra pessoa.