Quarta-feira, 31 de Outubro de 2007

Ânsia de ser Homem

Plantei uma árvore

Tive rebentos

Escrevi um livro

Venci tormentos

 

Agora já posso

A ser Homem, aspirar

Pelo menos um pigmeu

Mas ainda tenho provas para dar

 

Já fiz tudo isto

Homem, por idade, até sou

Conheço o caminho percorrido

Mas não sei para onde vou.

 

Agora espero passar

No teste da honradez

Onde só o Homem passa

E onde Homem Deus se fez

 

Não sei quando serei

Chamado para o fazer

Mas sei que serei

Espero que seja antes de morrer.

publicado por sensei às 15:30

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Segunda-feira, 29 de Outubro de 2007

Estrada do PRAZER

Naquela estrada

Que termina no pecado

Sem hora marcada

O prazer é achado

 

Bem lá no meio

Entre duas curvas redentoras

Podes estar certo

Vão lá estar várias Senhoras.

 

Vais encontrar o que queres

No meio da escuridão

Cais terminar, se quiseres,

Com horas de solidão

 

Aproxima-te com cuidado

Se não quiseres que te vejam

Porque na rua do pecado

De certeza que te invejam

 

Procura a Madalena

A maior das putas

Aquela puta plena

A senhora de todas as putas

 

Ela vai-te dizer

Quem mais te agradará

Não vais precisar escolher

Ela por ti escolherá

 

Vais ter uma noite

Tão cinco estrelas

Vais levar um açoite

Se não fores bom para elas

 

Naquela estrada

Por detrás da padaria

Vai lá ter pela escada

Vais lá ter mordomia

 

Desde o pedinte ao advogado

Todos lá já passaram

Todos procuraram o pecado

E todos lá regressaram

 

A estrada do pecado

Da luxúria e do prazer

Não vai dar a nenhum lado

Só lá passa quem quiser.

publicado por sensei às 17:46

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Domingo, 28 de Outubro de 2007

Prisão escolar

Doze anos me prendeste

E em ti quase vivi

Doze anos me retiveste

E hoje muita falta sinto de ti

 

Foram tempos de paixão

Foram tempos de nervosismo

Foram tempos de diversão

Foram tempos de cinismo

 

Odiada por quem te frequenta

Venerada por quem por ti passou

Toda a gente te enfrenta

Mas nem toda te superou

 

Aprisionas sem correntes

Educas e ensinas

Alguns tornas deprimentes

A alguns escreves as suas sinas.

 

Deixas saudades

Deixas tristezas

Mas dizendo as verdades

Vais nos dando as certezas

 

Poucos de ti gostam

Muitos mais te odeiam

A matemática detestam

E os professores não veneram

 

Evoluiste lentamente

Para melhor ou pior

Mas moldas-te certamente

As pessoas em teu redor

 

Escola que me serviste

E de ti me servi eu

A mim permitiste

Construir o homem que sou eu

 

Aprendi a ler

A somar e subtrair

Ciências naturais

Multiplicar e dividir

 

Só depois de te abandonar

Depois de me despedir

É que valor te estou a dar

É que começa a saudade a surgir

 

Tivemos tempos de amor

Tivemos tempos de loucura

Tivemos tempos de dor

Mas para mim não foste dura

 

Obrigada velha escola

Amada e odiada

Astuta e tola

Mas agora por mim recordada.

publicado por sensei às 21:00

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Quinta-feira, 25 de Outubro de 2007

Chegou a minha hora

Chegou a minha hora

Vou ter que partir

A boleia não demora

Quero ver-te sorrir

 

Hoje ao partir

No teu rosto quero ver

Um belo sorriso

Para sempre o poder ter

 

Não quero lágrimas

No meu funeral

Porque as lágrimas

São uma coisa já banal

 

Quero risadas

Quero sorrisos alegres

Não quero mágoas passadas

Quero partir leve.

 

Não quero ser culpado

Por um momento de tristeza

Não quero ser recordado

Como um momento de avareza

 

Sorri, cantai e gritai

Quero ouvir-vos lá no alto

Dançai, pulai, brincai

Porque eu finalmente parto

 

Durante a minha vida

Fiz coisas que até atormentam Satanás

Coisas em prol da vida

Não coisas más

 

Povoei a Terra

Deixei a minha semente

Mas que ser humano não erra?

Eu fui um pai ausente

 

Amei uma mulher

Uma mulher de cada vez

Pois para mim a mulher

Foi a obra-prima que Deus fez

 

Adorei de verdade

Uma mulher na minha vida

Era um poço de bondade

Era a minha mãe querida

 

Adorei o meu pai

O meu irmão e irmã

Da cabeça não me sai

Como éramos uma família sã

 

Adorei os meus filhos

Sobrinhos e afilhados

Mas todos eles, coitadinhos

Por vezes por mim foram desprezados

 

Nasci em Portugal

Fui pai em Paris

Em Havana tive mal

Porque lá tentei ser feliz

 

Eu tive todas as mulheres

Com que podia sonhar

Mas nem todas afinal

Eu tive capacidade para amar.

 

Brinquei em criança

Corri em adulto

De todo fugi

Para conseguir o indulto

 

Fui um grande ladrão

Durante a minha vida

Não roubei ouro, não

Mas roubei a beleza bendita

 

Roubei corações

Destruí casamentos

Apaguei certidões

Sem pedir consentimentos

 

Fugi aos impostos

Deixei contas por pagar

Tive preso por amarras

Mas da droga me consegui libertar

 

Hoje tenho vergonha

De coisas que fiz

Mas muita mais vergonha

Daquilo que não fiz

 

Tive falta de coragem

De te pedir em casamento

É agora uma tatuagem

Na minha alma, o arrependimento

 

Agora vou partir

Já chegou a caravela

Quero ver-te sorrir

Quero um sorriso nessa CARA BELA

publicado por sensei às 16:53

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Quarta-feira, 24 de Outubro de 2007

Não te escondas MARIAS

Do que tens vergonha?

Do que te escondes?

Tu não tens peçonha

Que inquine a agua das fontes

 

Tens vergonha

De seres criança

De acreditares na cegonha

De teres esperança?

 

Escondes-te de quem?

Dos que se julgam campeões

Do que tudo tem

Dos que ganharam o euromilhões?

 

Tens vergonha de quê?

De dizeres que és pobre

De ninguém te tratar por você

De não teres apelido nobre?

 

Queres-te esconder?

Por andares a pé

Por não saberes correr

Por teres que ir a pé ai cais do Sodré?

 

O que te envergonha?

O seres prostituta

O teres que engolires langonha

Mas mesmo assim seguires na luta?

 

Queres-te esconder?

Das que te criticam

Daquelas que dizem só saberes foder

Mas das quais os maridos de ti não abdicam?

 

Não te envergonhas, MARIAS

Tu tens o teu grande valor

Tenho pena que não te rias

Das tristezas em teu redor

 

Porque escondida em ti

Existe a força maior

Da qual ninguém se ri

Porque esse riso lhes causaria dor

 

Porque tu lutas bravamente

Para poderes sobreviver

Há quem diga não ser decente

A tua forma de viver.

 

Mas tu trabalhas e ganhas

O pão que o diabo amassa

Enquanto muitos outros

Lambem botas para ganhar mais massa

 

Tu és fiel a ti

E não tens rendimento garantido

Sabes que abusam de ti

Desse teu corpo destemido

 

És a puta que esta ao ataque

Á defesa e a centro campista

Mas não muitos homens de fraque

Que te seguem a pista

 

Porque o que não tem em casa

Em ti procuram

Depois dizem que és devassa

E ás esposas amor eterno juram.

publicado por sensei às 16:06

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Terça-feira, 23 de Outubro de 2007

O areal

Sentado no areal

Olho o horizonte

A aragem normal

Parece correr para o monte

 

O mar expira

Na minha direcção

E isso inspira

O meu pobre coração

 

Ao longe vejo alguém

Sapatos na mão

Na minha direcção vem

Já se alegra o meu coração

 

O seu cabelo a flutuar

Ao sabor da aragem

Parecem acenar

Parecem uma miragem

 

O sol lá do alto

A testemunhar o momento

Parece que dá um salto

Para iluminar mais o momento

 

Sentada a meu lado

Olha também o horizonte

Num triste e mudo fado

Calada se queda a minha fonte

 

Eu olho o areal

Brinco com a areia

O tempo não é estival

Mas sim tempo de lareira

 

Olhas para mim

Eu peço-te perdão

A tua cabeça diz sim

E pegas na minha mão

 

Dizes que algo que te dei

Agora cresce no teu interior

Estupefacto fiquei

A minha volta tudo é calor

 

O que procurávamos

Lá conseguimos alcançar

E um momento de amor

Um bebé nos ia dar

 

Saltamos, gritamos, beijamos,

Oramos, choramos, sorrimos

Brincamos, corremos e andamos

E como antes, durante anos nos amamos

 

Obrigado

publicado por sensei às 11:00

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Sexta-feira, 19 de Outubro de 2007

Luta por ti

Ninguém gosta de perder

Seja no que for

Porque perder é sofrer

Perder provoca dor

 

Todos queríamos vencer

Em tudo o que fazemos

Todos nós nos negamos a perder

Mesmo quando somos pequenos.

 

Queríamos ser como a Telma

A projectar adversárias

Ter a sua força e alma

Na nossa vida, tão necessárias.

 

Queríamos ser como o Nelson Évora

E ir de salto em salto

Para ganhar cada guerra

Para chegar bem alto

 

Gostaríamos de ser como a Naide Gomes

Para de um salto só

Acabarmos com tantos nomes

Que só nos dão dó.

 

Ter a pontaria da Ticha Penicheiro

Para encestar as tristezas

Driblar com engenho

E arrecadar certezas

 

Talvez ser o Nuno Delgado

Ser-se bom no que se faz

Ter a força dele

Para à nossa volta manter a paz

 

Ser o Bento Algarvio

E lutar com o coração

Com um soco muito temido

Impor respeito e acabar com a solidão

 

Que tal ser a Dina Dinamite?

Com um pontapé fenomenal

Para chutar tanta gente

Que nos provoca tanto mal

 

Ser como o Vasco Uva

E o resto da Selecção

Para aprender-mos todos juntos

A lutar com o coração

 

Ser o Quaresma,

O Deco ou o Ronaldo

Para tentar-mos com as fintas

Colocar na mesa caldo

 

Ou então sermos nós próprios

Lutar-mos pelo que queremos

Ganhar-mos as nossas batalhas

Vencer-mos o que tememos

 

Porque se formos verdadeiros

Seremos também campeões

Medalhas não receberemos

Nem muito menos milhões

 

Mas se algo fizermos

Por nós principalmente

Certamente venceremos

De uma forma convincente

publicado por sensei às 13:12

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Quinta-feira, 18 de Outubro de 2007

Foda-se a Guerra

Pum, pum, pum,

Ninguém sabe quem foi

Hoje morreu mais um

E parece que a ninguém dói

 

As balas apitam

Junto aos ouvidos

São elas que arbitram

Este jogo de destemidos

 

As pistolas gemem

Balas de dor.

As balas tecem

Em sua volta o terror.

 

As metralhadoras

Que gritam sem cessar.

Parecem Senhoras

Com um orgasmo milenar.

 

Granadas, taradas,

Que em conjunto querem matar

Parecem depravadas

Que em bacanais querem fornicar.

 

Aviões nos céus

A bombardear

Parecem véus

De noivas no altar

 

Agora quero saber

Porque preferem matar

Em vez de foder

Ou mesmo em vez de AMAR.

publicado por sensei às 15:09

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Quarta-feira, 17 de Outubro de 2007

JUIZO FINAL

Hoje é o dia do Julgamento Final

E eu estou na primeira linha da acusação

Neste julgamento sem igual

Tenho garantida a pena, não o perdão.

 

Neste julgamento que enfrento

Sou julgado por tudo o que fiz

Tudo o que guardei cá dentro

Tudo que tornei infeliz.

 

Sei que fiz toda a catequese

Ajudei à missa até

Mas isso não consta da tese

Não consta da acusação de falta de fé

 

Da acusação só consta

O vinho de missa que bebi

As blasfémias que disse

E toda a estupidez que escrevi.

 

Hoje é o juízo final

Neste mundo que ergui

Do primeiro beijo ao ultimo bacanal

Na tese de acusação eu ouvi.

 

Sei que vivi sem regra

Sem me preocupar com o futuro

Sei que nunca aceitei uma nega

Antes preferia levar um murro

 

Sei que pai não fui bom

Filho ainda fui pior

Apelidado de mauzão

Em muito lado combati o Amor.

 

Interpus-me entre casais

Desfiz até casamentos

Mas ficará nos anais

Que vivi com esses tormentos

 

Vivi sempre no limite

Fui terrorista e namoradeiro

Ainda hoje tenho quem me imite

Por esse mundo inteiro

 

Neste julgamento

Onde só há acusação

A defesa não tive direito

Espero só a condenação

 

Sei todo o mal que fiz

Sei o que estão a pensar

Ele não sabe o que diz

Está-nos a tentar enganar.

 

Perdão eu não procuro

Se calhar eu não o mereço

Sempre me fiz passar por duro

Mas fui mole desde o começo.

 

Sempre me droguei,

Fumei e bebi

Mas nunca drogas tomei

Sempre foi com as mulheres que vi

 

As mulheres não têm culpa

Mas sempre foram a minha perdição

Sempre as adorei

Foram o meu “Amor de Perdição”

 

Os casamentos que desfiz

O culpado não fui eu

O único erro que fiz

Foi levar a mulher ao céu.

 

Nunca matei ninguém

Só roubei corações

Só alguém que nunca o tenha feito

É que me pode dar sermões

 

Este Julgamento Final

Tem os dados viciados

O juiz celestial

Nem vai ouvir os julgados.

 

Sei qual a sentença que vou ter

Qual será o meu final

Hoje sei que vou perder

Ninguém ganha neste tribunal

 

O meu Juízo Final

Chegou hoje, finalmente

Num dia de baixo astral

Para não ser tão deprimente

 

Não tive defesa

Só tive acusação

Não tive de certeza

Direito a perdão.

 

O julgamento que me fizeram

Foi muito manipulado

No final não tiveram

Um pingo de bondade

 

Parto a saber

Todo o mal que fiz

Todos os que magoei

Todos aos que neguei fazer feliz

 

Parto a saber

Que não importou como vivi

Porque só acusação acabei por ter

E atenuante não vi

 

Se voltar a viver

Vou viver ainda mais intensamente

Para o meu Juízo Final

Não voltar a ser tão deprimente.

publicado por sensei às 14:53

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Terça-feira, 16 de Outubro de 2007

Diz-me o meu valor

Começo a pensar,

Que se calhar,

Tinham razão.

 

As minhas amantes,

Bastante tolerantes,

Nisso de que o mau sou eu.

 

Será que vivi,

E nunca admiti,

Na ilusão.

 

De que lhes dei muito prazer,

Mesmo por vezes a saber,

Que poderia não ser verdade.

 

Começo a acreditar,

Que a razão de me deixar,

Não era só do meu feitio

 

Que sei que é ruim,

Mas nunca ditou o fim

De nenhuma aventura.

 

Será que vivi,

E até a mim menti,

Numa ilusão?

 

E que sem língua e mão,

O resto da armação,

Nunca as cativou?

 

Tenho a sensação

Que fui uma desilusão

Para quem comigo dormiu.

 

E sei que sempre assim serei,

Se calhar porque nunca me importei

Verdadeiramente das suas necessidades.

 

Será que errei,

E só agora me precatei,

E já vou tarde demais?

 

Porque por mim já passaram,

E até me abandonaram,

Mulheres que eu amei.

 

Será que no fim

Vou ficar assim

Sozinho a ver o luar?

 

Ou será que o luar

Também me vai abandonar

Por eu não o entender?

 

Já sei que sou mau,

Talvez mesmo banal,

Nisto do sexo e do amor.

 

Diz-me tu, mulher,

Será que eu sei ver

O que necessitas?

 

Diz-me se fui bom ou mau,

Espectacular ou banal,

Tu que comigo dormiste.

 

Diz-me, preciso de saber,

Para tentar perceber

O porquê da minha solidão.

 

Diz-me, para eu ver

Se ainda te posso ter

E amar-te de todo o coração.

 

Porque sei que sexo não é tudo

Mas sem sexo a vida é como um mudo

Que nem sempre se consegue explicar.

 

Sei que amor é mais importante,

Mas sem sexo torna-se distante,

E o que queremos é proximidade.

 

Porque todos somos animais

Com necessidades carnais

E o sexo é a melhor.

 

Digo eu que nada sei,

De virgem ainda não passei,

Mas é o que vejo em revistas e jornais.

 

Diz-me de verdade,

Sem pita de maldade,

Se tenho “valor”

No mais puro acto de Amor.

sinto-me: Virgem
publicado por sensei às 13:20

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